quinta-feira, 18 de setembro de 2003

Verdadeiros presentes
As crianças são verdadeiros presentes que Deus nos enviou para que nos lembremos sempre das coisas maravilhosas que existem nesse mundo, apesar dos pesares. Tem coisa mais gratificante do que o carinho de uma criança? Ainda mais que podemos ter a mais absoluta certeza de que se ela se mostra cativada, é porque realmente o foi. Criaturas mais sinceras do que elas não existem. E é por isso que eu acho que uma das coisas mais maravilhosas que me aconteceu esse ano, foram as aulas aos sábados no CEFI. No começo elas me olhavam meio desconfiadas, ficavam tímidas... mas, aos poucos, elas começaram a se soltar. Fomos nos conhecendo. Esse último sábado eu cheguei em casa iluminada. Sentir o quanto você é querida no abraço daqueles pequenos é uma sensação indescritível. Tenho muito o que agradecer esse ano... muito mesmo.

"Tudo na mais perfeita ordem, tudo na mais santa paz..."
Essa semana está muiiiiiito tranqüila... até estou estranhando... agora uma dúvida me resta: a semana está tranqüila ou eu que não estou mais tão facilmente abalável? Não sei... talvez esta última alternativa seja um tanto válida. Tenho tido motivos para eu me aborrecer ao extremo lá no banco, mas até que tenho conseguido manter minha paz de espírito... sinceramente espero e acredito que eu não vá precisar mover um dedo para que a situação se normalize. As próprias pessoas que causam isso e que eu não quero prejudicar estão cuidando para que isso aconteça. Veremos... por enquanto isso só tem me acrescentado.

Poema de Natal
(Vinicius de Moraes )

Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados,
Para chorar e fazer chorar,
Para enterrar os nossos mortos -
Por isso temos braços longos para os adeuses,
Mãos para colher o que foi dado,
Dedos para cavar a terra.

Assim será a nossa vida;
Uma tarde sempre a esquecer,
Uma estrêla a se apagar na treva,
Um caminho entre dois túmulos -
Por isso precisamos velar,
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.

Não há muito que dizer:
Uma canção sôbre um berço,
Um verso, talvez, de amor,
Uma prece por quem se vai -
Mas que essa hora não esqueça
E que por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.

Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre,
Para a participação da poesia,
Para ver a face da morte -
De repente, nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem; da morte apenas
Nascemos, imensamente.

"Apenas com o coração que se pode ver direito o essencial e invisível aos olhos" (Antoine de Saint-Exupéry)